Divagando…pelo Natal na Polónia

O Natal chegou finalmente a Varsóvia… instalou-se nas ruas, na salinha de estudo das aulas de Língua Portuguesa e nos sorrisos das crianças, olhando para a árvore de Natal gigantesca na Praça do Castelo Real, já toda iluminada! Para uma portuguesinha como eu, o espírito natalício tardou a chegar às terras polacas, mas verdade seja dita, aqui o Natal tem ainda muito do sentido original do nascimento de Cristo, mais discreto e mais familiar.

Aos poucos e com muita influência das restantes capitais europeias Varsóvia aderiu às iluminações das ruas principais, e pelo que me contam este ano superam as do ano passado, em quantidade e qualidade! Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras, mas as fotografias não fazem jus às imagens reais, deixo-vos um pouco do espírito natalício polaco, desejando a todos um DOCE E FELIZ NATAL!!!

O meu será, certamente, muito especial por estar de novo em Portugal… quando estamos longe, tudo nos é tão querido!

Wesołich Świąt!!!

Nevando

Há sempre uma primeira vez para tudo... e hoje a novidade foi a neve...pura, branca e louca no seu deambular. Apareceu, inesperadamente, bela e leve, desafiando o sol que não se escondeu perante tal atrevimento!

À noite, quando o astro-rei se retirou, voltou com mais esplendor, cobrindo as terras com seu alvo manto e clareando a noite que adormecia Varsóvia.

Um momento especial...gravado em fotos... que é pouco, perto da imagem real, linda e única!

Divagando entre floquinhos de neve cintilantes...

Divagando…pelas praças de Varsóvia

A Di gosta muito destas fotos, pela sorte que teve em contemplar este céu azul, tão raro nas últimas semanas. Mas neste domingo solarengo, aproveitou e foi conhecer melhor a Cidade Velha, mais concretamente a famosa Plac Zamkowy, onde se ergue a estátua secular mais antiga de Varsóvia, que resistiu heroicamente às Guerras Mundiais. Este monumento ergue-se a 22m de altura e tem a figura majestosa do Rei Sigismundo III, é um dos locais mais visitados nesta praça riquíssima em história, não só polaca, mas também mundial. Logo ao lado podemos, encontrar o Castelo Real (Zamek Królewski), que infelizmente foi totalmente destruído durante a Segunda Guerra Mundial e reconstruído em 1988. Ao observar o edifício, pensei como o povo polaco sofreu e se tornou forte, reconstruindo este espantoso monumento, a cidade e todo um país. É motivo de orgulho de qualquer cidadão do mundo.

Divagando pela história, aprendendo e valorizando as gentes da Polónia!

Divagando entre os esquilos e a natureza

Voltei... com mais um pouco de mim e da Polónia. A minha ausência deveu-se ao contacto mais intenso com a cidade onde vivo, já não tanto como visitante, mas como moradora que se interessa por conhecer mais a história de cada pedra, de cada rua, de cada lugar... hoje vou falar de um dos lugares mais agradáveis de Varsóvia, o Parque Lazienki. Assim, que entramos contemplamos o magnífico monumento a Chopin, compositor polaco, mundialmente reconhecido. A grandeza da sua estátua tem como pano de fundo o arvoredo alto e frondoso, que em dias outonais pinta-se de cores quentes. Os jardins estão cuidadosamente

tratados e fazem-nos sentir bem só de respirar o ambiente que os rodeia. Passeando por este parque, vamos descobrindo monumentos fantásticos como o Palácio sobre a Água, o Templo da Sibila e a Estufa Nova.

Mas para mim, o melhor foi mesmo o contacto com os esquilos. A curiosidade de vê-los mais de perto, trouxe-me uma bela surpresa, afinal estes animais tão fofos, não são nada tímidos, pelo menos aqui onde têm um contacto diário com centenas de humanos. Adoraram a minha máquina fotográfica, creio que a confundiram com uma noz gigante, pelos olhos regaladinhos e pela enorme vontade de me perseguir...vejam pelas fotos...nem toda a gente consegue a foto de um esquilo tão próximo, podem acreditar!

E descobri, desta maneira intensa, que gosto muito de esquilos, mas quando estão mais longe e posso contemplá-los sossegadinha!

Divagando…pelos transportes

Como é tão diferente o viver numa cidade estrangeira e sentir o pulsar matinal. Apanhei o autocarro 117, às 7:50, acordando com Varsóvia no seu rebuliço quotidiano de transportes cheios de pessoas nas suas rotinas diárias, vivendo suas vidas. Aproveitei o momento, da viagem de 40 minutos , para rabiscar no meu caderninho preto, tão especial… pelas recordações paternais que me traz… Pela janela vejo uma menina que corre para apanhar este mesmo autocarro que me transporta, traz o seu cestinho repleto de frutos da época e folhas secas, festeja alegremente o Outono que nos vai encantando com suas cores… Reparo… em olhares perdidos no caminho rotineiro…na música que ao lado o jovem ouve bem alto, partilhando seu mundo com os demais…no olhar concentrado do senhor, que está à minha frente, nas notícias de um país que floresce dentro da UE…no azul celeste que têm nos seus olhos…azul que me faz lembrar momentos de Invernia Portuguesa, em que o frio gostoso é contemplado por dias solarengos… Chego ao destino… Ulica Stanisława Żaryna…e guardo o meu caderninho com um grande sorriso. Cześć!

Divagando…pela gastronomia polaca (parte II)

A Di continua, quotidianamente, a descobrir as iguarias polacas, das quais destaca desta vez a famosíssima chocolateria E. Wedel, pelos seus deliciosos chocolates de imensas formas, feitios e sabores. Fundada em 1851 por Karol Ernest Wedel ficou conhecida pela assinatura deste senhor. Os seus produtos (bombons, bolachas e outras delícias de chocolate) são conhecidos por toda a Europa Central e de Leste. Existem, ainda, várias lojas onde se podem comprar estas doçarias ou sentar ao som de uma música suave, que nos leva a observar cada canto e recanto das salas elegantes e muito acolhedoras. E foi , exactamente, o que fiz num dia de chuva miudinha, tão própria destas tardes Outonais. Assim, de alma molhada, entrei neste mundo mágico de um outro tempo e deixei-me enlevar pela música clássica, aquecendo-me com um delicioso chocolate quente. E nesse ambiente tão confortável, escrevi os meus primeiros postais com destino a Portugal, cheios de recordações bem docinhas.

Um dia cinzento, como tantos outros de um Outono repleto de cores quentes, mantos dourados, castanhos de folhas que aconchegam a terra húmida e fria, levou a Di a percorrer esses caminhos até a um mundo de outrora… chegada ao século XVIII descobriu, nessas caminhadas domingueiras, o Pałac Królikarnia, que traduzindo significa “gaiola de coelho”, esse nome invulgar deve-se ao facto de se erguer no local de uma quinta de coelhos e de uma coutada que pertenceram a Augusto III. Este palacete neoclássico situa-se num belo jardim, na encosta da escarpa do Bairro Mokotów. Um belo passeio só poderia terminar com uma bela festinha de rua adocicada com música popular, nem a chuva impediu o convívio.

Mais uma lição cultural que a Di aprendeu:

a chuva não afugenta a alegria em terras polacas!!!

Ó lindo Outono

Que é que tu nos dás?

Uvas e Castanhas

Ó terim tim tim

e belas maçãs.

Ó lindo Outono

Dás também as chuvas

Vêm as desfolhadas

Ó terim tim tim

Acabam-se as uvas...

Cantorias Outonais com os meus meninos

Divagando…pela gastronomia polaca

A Di andava curiosa com as especialidades gastronómicas da Polónia, ou mais concretamente de Varsóvia, e assim juntamente com a sua homónima de profissão, foi à procura das iguarias autóctones. O destino, às vezes, reserva-nos belíssimas surpresas e como tal, inocentemente encontrámos a Pierrogeria, pelos vistos conceituada como a melhor casa de Pierogi da Stare Miasto (Cidade Velha), onde nos serviram esses raviólis recheados com cogumelos e salsichas, acompanhados de deliciosos molhos, bem quentinhos e gostosos para aquecer este frio outonal que se vem instalando devagarinho.

Para acompanhar uma cerveja de mel, enorme para o conceito português. Mas, realmente o que surpreendeu foi a sobremesa, um crepe recheado de mirtilos, de um tamanho exageradamente e, docemente, grande! Porém, deliciou a noite às duas professoras da Língua Lusa, que se aventuraram em terras polacas.

Na Zdrowie…

brindámos ao nosso lindo Portugal!

Pierogi ...

Um momento gostoso, em boa companhia! Rodeada de um clima ameno e florido... saboreando os famosos "Pierogi", especialidade gastronómica da Polónia!

Divagando… Pela minha salinha de estudo, onde as palavras são como um cristal… como nos dizia Eugénio de Andrade.

A Língua Portuguesa percorreu 3334 km de Lisboa até Varsóvia foi-se instalando aos poucos nas paredes, vestindo-as de diferentes tonalidades, acomodou-se atrevidamente na mesa e na caixinha mágica dos livros… entre leituras, riscos e rabiscos, foi-se mostrando, vaidosa e airosa… escrevendo, gramaticando, palavreando…

Bem-vindos

As aulas de Língua Portuguesa começaram, e atempadamente, andei a preparar a salinha para receber os meus alunos, dando-lhes as boas-vindas… desejando que seja um ano muito divertido, repleto de aventuras neste idioma que nos une, cheio de encanto e melodia.

Stare Miasto

Domingo, dia de descanso e, para mim, de passeio. Assim, que meus olhos contemplaram a rua, nos seus tons de amarelo, laranja e castanho logo me apressei a procurar novas aventuras. Dzien Dobry, apeteceu-me dizer a todos os que por mim passavam, mas disse-o, apenas, com um grande sorriso, ao senhor a quem comprei os raminhos de flores, um para alegrar a salinha de estudo, outro para oferecer à minha querida Beata, uma amiga polaca, que muito me tem ajudado. Hoje fomos as duas a Stare Miasto (Cidade Velha), onde se destaca a Praça Rynek Starego Miasta rodeada por casas reconstruídas depois da Segunda Guerra Mundial e a Sereia (Syrenka) protectora da cidade. É um local animado, onde os turistas e os locais procuram passar momentos agradáveis. Também nós, numa bela casa de Chá! A decoração, um tanto ou quanto Hollywoodesca, fez-me pensar como é bom viver esta diferença cultural, em que dá vontade de tirar fotografias a tudo, até às maravilhosas pegas que mantêm o chá quente. Passeámos um pouco e pude contemplar a famosa Barbacã, uma das poucas muralhas europeias, em que a parte antiga ainda sobrevive. Foi erigida em 1548 e destinava-se a defender a Porta Nowomiejska.

Divagando e aprendendo…

Divagando… Mais uma semana passou entre o cinza e a chuva miudinha, avisando que o Outono espreita em cada folhinha que cai. O frio já se faz sentir e a Di apanhou o seu primeiro susto, o edema de Quincke, mas foi muito bem tratada e já está de perfeita saúde! Entretanto, andou a deambular pelas ruas de frondosas árvores e, felizmente, deparou-se com o belo Palaç Willanów. Um monumento do final do Séc.XVII, que serviu como residência de Verão do Rei Jana III Sobieski. Este belo palácio está rodeado por magníficos jardins, em que os lagos e seus nenúfares são como um quadro vivo de Monet.

Simplesmente, lindo!

Warszawa...Dzien Dobry!

A Di aventurou-se em terras polacas, mais concretamente em Varsóvia, ou como os seus habitantes dizem, Warszawa. A língua não é nada fácil, mas se dissermos Dzién Dobry (Bom dia) com um grande sorriso, a língua torna-se universal. É mesmo verdade! Foi assim que consegui apanhar o autocarro 117, com direito a desenho e tudo. Na próxima semana contar-vos-ei mais pormenores, hoje deixo apenas as fotos da rua onde estou a morar, Ulica Sobieskiego, num belo 10º andar com direito a uma vista fantástica.

7 de Setembro de 2008

Há dias felizes...e eu posso dizer que há voos felizes, em que tudo corre pelo melhor! Os receios de malas extraviadas...de longas esperas...foram infundadas. Sim, porque o voo Lisbon/ Brussels e Brussels /Warsaw aterrou antes da hora prevista, as malas chegaram ao seu destino e a Beata com seu lindo sorriso esperava a Di. Até o sol tímido espreitou para dar as boas-vindas num calor apetecível.

Assim começa a aventura...

Divagando por terras polacas...